Quem sou eu

Bem vindos, sou Mônica e neste blog trato sobre assuntos de adoção, meu dia a dia, pensamentos, reflexões, conheça minha história.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


DEPOIMENTOS:


FILHOS ADOTIVOS FALAM DE CORAÇÃO

Quando falamos de adoção, devemos ter o cuidado de analisar todos os lados de uma situação. Falar em adoção implica em olharmos e refletirmos sobre abandono, solidão e esperança. Para nos ajudar a ilustrar um pouco mais sobre este universo cercado de realidade e de dor, principalmente para os milhares de órfãos que vivem em instituições por todo o país, a professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná, em seu mais recente livro "Filhos Adotivos, Pais Adotados", nos envia, em especial ao PAIS ADOTIVOS SA, depoimentos de crianças abrigadas e de pais e filhos adotivos. Leia abaixo e junto acompanhe relatos de emoção, sonho, abandono e fé, fé em dias e momentos felizes:

LUIZ, 10 ANOS

"Meu pai morreu, minha mãe não tinha como cuidar de nós, daí vim pra cá, ela e minha tia me trouxeram. Tinha seis anos e minha mãe disse que ia vir me buscar no sábado e não veio… Já tenho dez anos e faz mais ou menos um ano que minha mãe não vem me ver, só uma tia de Santa Catarina. Não lembro como era a vida com minha família… mas é melhor aqui, lá era ruim… Meus desejos são que minha família seja boa, que não falte comida para minha mãe e que este lar não se desmanche para que outras crianças possam morar aqui… Quero ser adotado para quando eu crescer ajudar minha mãe… Acho que não fui adotado porque Deus não providenciou…Se eu fosse adotado ia ter uma família que me desse carinho, ia ser diferente, eu ia ser mais feliz…"
SORAYA, 11 ANOS

"Quando fui pela primeira vez para um orfanato eu era nenê de meses; o juizado me pegou em casa, não sei por que. Com um ano voltei para minha casa e fiquei em casa até os seis anos. Fugi cinco vezes de casa e eles me levavam de volta, eu fugia porque eu não gostava da minha mãe, às vezes ela judiava. Esta é a quarta instituição e estou com onze anos. Só conheço minha mãe, mas faz tanto tempo que ela veio aqui que não lembro mais…Da minha família eu não sei, acho que eu gosto um pouquinho só. Era mais ou menos bom e ruim. De bom é que minha mãe comprava coisas pra mim. De ruim… ela deixava a responsabilidade de cuidar de nenê e fazer comida na minha mão…minha mãe pisava na minha garganta… Se estivesse com ela… não sei… melhor aqui… Tenho só um desejo “ser adotada”, só… E ficar junto com minha madrinha, ela me deu uma bicicleta, mas eu não posso ficar com ela porque ela viaja… Seria ruim se isso não acontecesse. Acho que não fui adotada porque tenho bastante irmãos e por “causa” que minha mãe não deixa… Mas se eu fosse seria legal… Só !!!"


RICARDO, 14 ANOS

"Moro aqui desde os onze anos, foi minha mãe que levou a gente lá, daí um cara do juizado me levou… Fiquei mais perdido porque eu não conhecia ninguém. Tenho que me informar mais, não sei explicar por que moro aqui… Nunca recebi visitas, mas tenho pai, mãe, irmãos, tias e vôs…Tenho quatorze anos e agora não sinto nada por meus pais, nada… Quero casar, acho legal, eu quero construir uma família, um novo começo… ter filhos porque eu gosto muito de criança… Queria ser adotado “pra” ter uma chance de ter uma família e conhecer o mundo lá fora… Preferia um casal que fosse bacana… Já aconteceram vários problemas, uma casal quis me adotar, mas já tinha filhos, daí o juiz não quis deixar, iam dar mais amor para os outros filhos… e outra a família tem que ficar um mês no Brasil para habitar junto… eles acharam ruim, já tinha arranjado dois nos Estados Unidos… Não sei se vou ser adotado… Tenho uma esperança… mas de quinze para cima não vai mais…"

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